Sunday, January 1, 2017

Feliz 2017! Aqui começa mais um ano. Muitos dizem que é só mais um dia comum, que não há nada de especial no primeiro dia do ano. Mas quem acredita nisso talvez não tenha se dado conta de que o ser humano é simbólico e que o fato de o primeiro dia do ano ser considerado especial não tem nada a ver com a natureza, digamos, física, for lack of a better word, e sim com a natureza simbólica da data.

As teorias do cotidiano nos ajudam a entender essa perspectiva. Não vou entrar em detalhes pra não deixar quem ler esse post entediado, mas basicamente é mais ou menos assim: a vida humana, antes da invenção do cotidiano - sim, o dia-a-dia como a gente conhece, repartido em horários para tudo, marcado pelo relógio não é algo que sempre existiu - era predominantemente baseada  em ciclos: as estações do ano, a época de plantar, a época de colher, os ciclos lunares, festas periódicas, etc. Acontece que, como tudo nessa vida, as coisas não necessariamente desaparecem por completo, já dizia Raymond Williams: em tudo há o residual e o emergente. A vida cotidiana baseada no relógio e no tempo da fábrica não simplesmente substituiu a vida de ciclos e a virada do ano é um marco importante de um dos muitos periodos cíclicos que ainda cultivamos. É um momento em que as pessoas acreditam que a vida se renova, que temos mais uma chance de começar de novo: uma nova dieta, um novo comportamento, uma nova perspectiva de vida. E assim a vida vai se reproduzindo, feita de repetições que, embora pareçam promessas vazias - a gente tende a deixar a dieta de lado depois do carnaval, né? - há sempre a chance de recomeçar de novo e fazer diferente - tem gente muda a alimentação de vez como resultado de ter começado uma dieta, ou pelo menos leva a dieta adiante até quem sabe as férias de julho?

Eu nunca fiz uma lista de resoluções de Ano Novo, apesar de sempre ter acreditado nessa possibilidade de transformação que cada ano traz e de ter desenvolvido certos rituais, como sempre escrever "Feliz Ano Novo" em uma agenda, caderno, diário - dependendo da minha idade em cada época - exatamente à meia-noite (aliás, como manda a tradição, fiz isso ontem à noite). Este ano, no espírito de Ano Novo, aqui vai uma curta lista de resoluções:

1. viver no presente. Vou escrever de novo, que é pra ver se entra na minha cabeça de uma vez: viver no presente. Vou escrever com letras maíusculas, pra enfatizar: VIVER NO PRESENTE.

2. dançar. Vou arranjar aula de dança em Tempe e frequentar regularmente.

3. ia escrever um objetivo profissional, mas apaguei na metade do caminho porque lá ia eu de novo dando mais importância ao profissional que o pessoal. Tá aqui outra resolução, então: entender, de uma vez por todas, que o trabalho não é tudo e que eu sou uma pessoa, não uma máquina.

4. ter mais paciência e compaixão comigo mesma.

5. dialogar com as pessoas sobre as questões políticas que tanto me incomodaram em 2016 da forma mais produtiva possível. Com paciência e sem ansiedade.

6. ler mais livros por prazer.

7. aproveitar o clima do AZ e passar muito tempo fora: caminhando, tomando banho de sol, fazendo piquenique, lendo ao ar livre, e mesmo trabalhando ao ar livre...

8.  passar mais tempo com os amigos, pessoal ou virtualmente.

Pois taí! Essas são minhas resoluções de Ano Novo. E que venha mais um ciclo!

Inté,

Ligia

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